Alimentação Canina...

Todos os seres vivos precisam de se alimentar. Os cães dependem dos seus donos para ter uma dieta diária perfeitamente equilibrada.
Cerca de 50 nutrientes são considerados essenciais para os cães e a qualidade de uma determinada ração é baseada em no quanto ela resolve e se encaixa no quebra-cabeça altamente complexo da nutrição canina.
Proteínas (carne, peixe, ovos), fibras (vegetais verdes), gorduras (vegetal e animal), minerais e vitaminas devem ser incluídos na dieta ideal e a quantidade desses diversos elementos devem ser refletidos:
1. O porte do cão (obviamente um Chihuahua de dois quilos não terá a mesma dieta que um São Bernardo de 80 quilos);
2. A condição fisiológica do cão (necessidades alimentares são influenciadas pelo crescimento, gestação, amamentação, atividade física e velhice);
3. A saúde do cão (em muitos casos, a nutrição tornou-se uma ferramenta importante no tratamento clínico das doenças).
Os donos de cães atletas ou de trabalho já sabem a importância da nutrição. Por esse motivo, vamos falar apenas dos elementos básicos, para dar aos nossos clientes e amigos uma boa compreensão de todos os elementos necessários para criar uma dieta nutricionalmente bem equilibrada.
Nutrientes Essenciais
Como os humanos, os cães são criaturas cuja sobrevivência depende das centenas de milhões de células que compõem os seus corpos e trabalham como pequenos motores para produzir energia. Esses "motores" são essenciais para a vida.
Eles precisam de fornecimento constante de combustível - comida - e comburente - oxigénio - para produzir calor e energia. O corpo assim mantém a temperatura constante e pode construir e fortalecer-se a si próprio e assim garantir a sobrevivência, sem nunca parar de se renovar.
Para alimentar bem um cão, o dono precisa de ter o conhecimento da importância e do papel de cada nutriente.
Nutrição - "todas as trocas entre um organismo e seu meio ambiente que permite que o organismo assimile substâncias externas e produza energia necessária para sobreviver".
Nutrientes e suas fontes
Hidratos de Carbono/Fibras - Grãos bem cozidos (arroz, macarrão, milho, trigo). Evite: batata, pão, grãos crus.
Proteínas - Carne , ovos cozidos, leite (se o cão reage bem), queijo. Evite: restos com muitos nervos (crua ou levemente cozida), peixe cozido, ovos crus e peixe cru.
Amido - Vegetais verdes (ervilhas, cenouras, verduras cozidas, pequenas quantidades de farelo de trigo). Evite: repolho, cebola, nabo.
Gorduras - Gorduras animais (sebo, banha de porco e gordura de frango), óleos vegetais (soja, milho, borragem). Evite: gorduras mofadas ou cozidas.
Vitaminas e minerais - Ossos de base, carbonato de cálcio, suplementos minerais, leveduras (vitaminas), derivados de leite (cálcio). Evite: Qualquer excesso de suplementos.
O Papel dos Nutrientes - Um nutriente é um elemento simples que deve ser incluído na dieta canina numa quantidade que ajudará a manter a saúde do cão. Todos os dias, os cães necessitam de 50 nutrientes essenciais pois cada um tem um papel importante e os seus corpos não podem sintetizá-los.
1. Água
Pode parecer desnecessário listar a água como nutriente, mas é importante lembrar que enquanto um organismo pode passar semanas sem comer, não pode sobreviver mais do que três dias sem beber.
O corpo de um cão é composto por 2/3 de água e todos seus tecidos são banhados em água. Músculos, por exemplo, têm 80% de água no seu peso.
Enquanto os cães podem perder toda a gordura corporal e metade das suas proteínas e ainda sobreviver, a perda de apenas 10% da água do corpo leva à morte.
Com as suas diversas e importantes funções, a água é o principal nutriente para os cães e todos os demais seres vivos.
Cães em dieta de manutenção requerem aproximadamente 60 ml de água por dia para cada quilo de peso (e às vezes um pouco mais, em casos como exercício físico muito intenso, gestação e lactação).
2 . Proteína
As proteínas têm valor nutricional, mas servem na sua maioria como blocos de construção para os ossos, músculos, estruturas nervosas, etc. Em suma, é tudo o que um cão precisa para sobreviver.
A proteína é uma molécula formada por aminoácidos, um tipo de comboio formado por vagões (aminoácidos não essenciais) e locomotivas (aminoácidos essenciais).
Há diferenças no valor nutricional, especialmente durante a digestão, de proteínas "boas" (carne vermelha ou branca, peixe, ovos, etc.) e proteínas "más" (tendões, tecidos conectivos), que não são digeríveis e serão eliminados nas fezes.
Uma proteína bem digerida (e por consequência absorvida na forma de aminoácidos) não será necessariamente bem utilizada (metabolizada) pelo organismo. Podem faltar certos aminoácidos essenciais sem os quais o corpo do cão não pode sintetizar as suas próprias proteínas.
É ainda relevante falar do "valor biológico" das proteínas e para tal vamos compará-los a pedaços de tecido vermelho, branco e azul.
Com as quantidades suficientes de cada cor, por exemplo, podemos fazer várias bandeiras dos Estados Unidos, mas se faltar uma cor, já não será possível.
Similarmente, quando um aminoácido essencial está a faltar, a síntese protéica cessa e os aminoácidos remanescentes são perdidos.
É importante lembrar que um alimento rico em proteína não é necessariamente rico em qualidade. Assim, o tipo de proteína usada numa ração em particular deve ser tido em conta.
Finalmente, calorias insuficientes na dieta podem fazer com que um organismo "queime" as suas proteínas ao invés de salvá-las como blocos de construção.
O equilíbrio de calorias e proteínas numa ração é, portanto, essencial.
3. Gorduras
O PAPEL PRINCIPAL DAS GORDURAS É PRODUZIR ENERGIA NA FORMA DE CALORIAS.
Os cães digerem bem as gorduras, melhor que humanos, e adoram o sabor (isso pode levar a uma alimentação em excesso se não for fixada uma quantidade determinada).
Mas a palatabilidade das gorduras nunca deve minar o equilíbrio nutricional de uma ração. Isso explica porque cerca de 50% dos cães nos Estados Unidos estão acima do peso, comparado com apenas 25 a 30% dos cães europeus.
Quimicamente falando, as gorduras da dieta consistem em éster (éter composto) gorduroso e ésteres de glicerol que formam uma cadeia de certo comprimento e grau de saturação.
O conteúdo calórico de uma ração baseia-se mais ou menos na quantidade de gordura que contém.
A troca proteína - hidrato de carbono é, na verdade, quase isocalórico nos cães, enquanto qualquer gordura extra representa um adicional de 50 calorias por quilo.
Um aumento na densidade calórica e na quantidade de gordura faz com que a comida fique mais palatável para os cães. Uma vez que isso pode levar à superalimentação, é necessário observar o tamanho da porção.
Enquanto os cães podem facilmente administrar altos níveis de gordura nas suas dietas, rações gordurosas devem ser reservadas a cães ativos e com alta necessidade calórica, como fêmeas lactantes.
Dependendo da sua origem, as gorduras consistem em vários ácidos gordos e assim, têm diferentes valores nutricionais.
Ácidos gordos têm um duplo papel:
a) Primariamente, um papel não específico, no qual eles simplesmente fornecem calorias. Todos os ácidos gordos formam calorias, mas as chamadas gorduras saturadas de ruminantes ("tallow") e porcos ("lard") não têm apenas esse papel;
b) O papel específico, essencialmente estrutural, como componente de todas as membranas celulares, bem como o papel funcional de precursores de transmissões celulares e hormonais.
4. ÁCIDOS GORDOS ESSENCIAIS
Esse papel duplo é feito pelos chamado ácidos gordos "essenciais" - essencial pois o corpo de um cão não pode sintetizá-las e precisa de obtê-las através da dieta.
Há duas famílias de ácidos gordos essenciais (também chamados ácidos gordos essenciais poli-insaturados), que é importante saber:
a) Ômega-6 - encontradas naturalmente em óleos vegetais de animais, exceto frango. A deficiência nesse tipo de ácido deixa a pele seca, causa descamação, alopecia (queda de pêlos) e pelagem sem brilho. Esse é um dos principais nutrientes para uma pelagem bonita;
b) Ômega-3 - encontradas principalmente em óleos de peixes, têm o importante papel na preservação de membranas celulares e funcionamento dos sistemas nervoso e imunológico. Esses ácidos gordos são usados pelas suas qualidades anti-inflamatórias (no tratamento de muitos casos de irritação de pele) e pelas suas propriedades de "oxigenação" (eles melhoram o fluxo de oxigénio nas células e aumenta a deformabilidade dos glóbulos vermelhos, propriedades interessantes para cães atletas e idosos).
Seja qual for o tipo, todas as gorduras são particularmente frágeis quando cruas, e deterioram-se rapidamente.
O mofo leva em primeiro lugar à diminuição da palatabilidade da ração e especialmente a indisposições fisiológicas nos cães: intolerância digestiva, desordens pancreáticas, danos hepáticos, etc.
Nas rações são adicionados antioxidantes para prevenir que as gorduras da ração apanhem mofo. No caso de comida feita em casa, é melhor não dar aos cães gorduras cozidas.
5. Hidratos de Carbono
Os hidratos de carbono são nutrientes compostos quase exclusivamente de matéria vegetal, sendo que os ingredientes da ração de origem animal não contêm hidratos de carbono.
Os blocos de construção dos hidratos carbono são açúcares simples, o mais comum dos quais é a glicose, componente primário do amido e celulose.
Outros hidratos de carbono, como as pectinas e gomas, são moléculas mais complexas que consistem em ácido urónico produzido pela oxidação de açúcares simples.
Alguns hidratos de carbono (amidos e açúcares) podem ser digeridos e assimilados pelo cão. Hidratos de Carbono não digeríveis (fibras e celulose) servem como volume para estimular e regular o fluxo intestinal.
Como todos os outros animais, os cães têm uma necessidade metabólica por glicose, que é a fonte primária de energia para certos órgãos, como é o caso do cérebro, sendo também um bloco de construção essencial para muitas moléculas orgânicas.
Apesar disso, os cães têm uma diferença básica pois o seu corpo pode manter a glicemia (nível de glicose no sangue) sem hidratos de carbono na dieta.
Os cães e alguns outros animais usam certos aminoácidos encontrados nas proteínas para sintetizar a glicose. Por esse motivo, os cães não correm o risco de ter deficiência no nível de glicose.
5.1 HIDRATOS DE CARBONO DIGESTÍVEIS
Entre os hidratos de carbono digestíveis, a lactose é bastante importante para os filhotes. O leite da mãe (da cadela) tem metade da lactose do leite de vaca.
Apesar dos filhotes usarem a lactose, a sua digestão é limitada e qualquer excesso leva a problemas digestivos. Por isso o substituto para o leite materno canino não deve conter muita lactose.
Cães adultos são ainda mais intolerantes à lactose. Na verdade, o consumo de leite pode levar a diarreia em adultos.
6. AMIDO
O amido é um complexo ramificado de polímeros de glicose encaixadas como uma cápsula, chamada "grão" (de amido). O formato de um amido particular depende da sua origem botânica.
O corpo do cão usa amilases, enzimas do pâncreas, para digerir o amido. A digestibilidade é altamente melhorada se cozermos o alimento em causa, uma vez que gelatiniza o amido.
Encontrado em grãos (trigo, milho, arroz, etc.) e batatas, os amidos abastecem o corpo com uma fonte rápida de energia, desde que bem cozidos. O arroz usado na ração doméstica deve ser "pegajoso" para garantir a digestibilidade e prevenir a diarreia.
Dois métodos de cozedura são usados para rações secas: extrusão ("kibble) e lascamento. Esses métodos garantem que o amido está cozido perfeitamente, assim altamente digerível.
7. FIBRAS
Embora as fibras não possam ser assimiladas pelo cão, são consideradas partes necessárias da dieta canina.
As fibras são todos os hidratos de carbono não digeridos na saída do intestino delgado: celulose, hemicelulose, lignina, matéria péptica, etc.
Algumas proteínas não digeríveis, inclusive a queratina encontrada em penas, podem ser incluídas também.
As fibras regulam a atividade do trato digestivo, travando ou acelerando quando necessário.
Uma vez que a ação intestinal nos cães depende dos níveis de stress e atividade física, a quantidade de fibra na ração deve ser adaptada quantitativamente.
As fibras também servem como substracto para a fermentação da flora intestinal e ajuda a manter o equilíbrio desse material no intestino grosso.
Por isso, qualquer mudança abrupta na fonte da fibra pode causar um desequilíbrio temporário, com fermentação descontrolada, flatulência e diarreia.
Embora a fibra seja necessária para uma digestão saudável, há algumas desvantagens:
a) as fibras diminuem a digestibilidade da ração (isso é especialmente verdadeiro para o farelo de trigo).
b) em combinação com substâncias complexas conhecidas como fitatos, as fibras podem diminuir a quantidade de certos minerais durante a digestão;
c) Ainda, a fibra pode ser usada para diminuir a digestibilidade da ração para cães menos ativos ou baixar a quantidade de calorias da ração para cães acima do peso. Nesses casos, o objetivo é reduzir a assimilação da comida e obter um grau de diluição que não vai limitar excessivamente o volume do bolo. Certos tipos de fibras podem maximizar essas propriedades enquanto limitam as desvantagens. Por causa da decrescente digestibilidade das rações ricas em fibra, é necessário aumentar a quantidade do nutriente dessas rações.
8. Minerais
Cálcio (Ca) - Formação do esqueleto e transmissão do impulso nervoso (fosfato). Pó de osso, carbonato de cálcio e cálcio.
Fósforo (P) - Formação do esqueleto, formação das membranas celulares e metabolismo energético. Pó de osso e fosfatos.
Sódio (Na) e Potássio (K) - Equilíbrio celular, regulação do equilíbrio hídrico e metabolismo energético. Sal de cozinha e sais de potássio.
Magnésio (Mg) - Formação do esqueleto, sistema nervoso e metabolismo energético. Pó de osso, magnésia e sais de magnésio.
Ferro (Fe) - Formação dos glóbulos vermelhos do sangue, respiração celular e enzimas. Carne e sais de ferro.
Cobre (Cu) - Formação da hemoglobina, formação dos ossos e oxidação celular. Pó de osso, sais de cobre e carne.
Cobalto (Co) - Formação da hemoglobina e multiplicação dos eritrócitos. Pó de osso e leveduras.
Iodo (I) - Síntese das hormonas da tiróide. Sais marinhos e peixe.
Zinco (Z) - Sistema enzimático, integridade da pele e reprodução. Sais de zinco.
Os minerais representam uma parcela mínima no peso do cão, mas cada um tem um papel essencial. Por esse motivo, a quantidade de minerais na dieta de um cão deve ser monitorizada muito cuidadosamente. Além disso, todos os minerais podem interagir com os demais na digestão ou metabolismo.
Ainda, é necessário não apenas garantir que cada um está presente na quantidade necessária, mas também evitar qualquer desequilíbrio que possa prejudicar o organismo tanto quanto uma simples deficiência.
No campo da nutrição, os minerais são divididos em dois grupos:
a) Macronutrientes - para os quais as necessidades alimentares são expressas em gramas para um cão de porte médio. Incluem cálcio, fósforo, magnésio, sódio, potássio e cloro;
b) Micronutrientes - para os quais as necessidades na dieta são expressas em miligramas/dia (ou menos), incluindo ferro, cobre, manganês, zinco, iodo, selenio, flúor, cobalto, molibdénio, etc.
Quantitativamente falando, o cálcio e o fósforo são os mais importantes elementos minerais. Eles são os blocos de construção do esqueleto e também têm outras funções metabólicas importantes.
Por exemplo, o fósforo está envolvido na transferência de energia intracelular. O esqueleto é uma reserva de armazenamento substancial de fósforo na qual o organismo pode recorrer em caso de deficiência. Isso explica a ocorrência de doenças ósseas quando os níveis de fósforo e cálcio na dieta estão em desequilíbrio.
O magnésio também está envolvido no metabolismo ósseo, mas o seu papel mais importante é junto com o potássio no fluido intracelular, essencial em muitas reações químicas.
No geral, os micronutrientes são necessários não somente na produção de glóbulos vermelhos do sangue, mas também no transporte de oxigénio, pigmentação da pele e preservação, funcionamento de sistemas enzimáticos, síntese das hormonas da tiróide, etc.
Cada micronutriente mineral tem um ou mais papéis numa série de funções corporais.
9. Vitaminas
Vitamina A (retinol) - Visão, crescimento e resistência a doenças. Fontes: Óleo de fígado de peixes, fígado e ovos.
Vitamina D (calciferol) - Equilíbrio metabólico fosfocálcico e melhora na absorção de cálcio. Fontes: Sol (UV), óleo de fígado de peixe e ovos.
Vitamina E (tocoferol) - Protecção antioxidante do fígado e prevenção de patologias musculares (esforço). Fontes: Leite, cereais (grãos) e ovos.
Vitamina K - Produção de elementos para coagulação. Fontes: Peixe, fígado e grãos.
Vitamina B (tiamina) - Metabolismo energético (hidratos de carbono) e bom funcionamento do sistema nervoso. Fontes: Grãos, farelo e levedura.
Vitamina B2 (riboflavina) - Metabolismo dos aminoácidos e gorduras. Fontes: Grãos, leite e levedura.
Vitamina B6 (pirodoxina) - Metabolismo das proteínas, gorduras, hidratos de carbono e ferro. Fontes: Grãos, leite, peixe e levedura.
Vitamina PP - Integridade dos tecidos (pele). Fontes: Grãos, levedura, peixe e ovos.
Ácido Fólico - Metabolismo das proteínas e síntese da hemoglobina. Fontes: Levedura e fígado.
Vitamina B12 (cianocobalamina) - Metabolismo das proteínas e síntese da hemoglobina. Fontes: Ferro, peixe e laticínios.
Ácido Pantoténico - Integridade dos tecidos (pele). Fontes: Fígado, peixe, laticínios e arroz.
Vitamina H (biotina) - Integridade da pele, metabolismo de hidratos de carbono, lipídios e proteínas. Fontes: Levedura e ingredientes naturais.
Vitamina B14 (colina) - Metabolismo de gorduras e proteção hepática. Fontes: Ingredientes naturais.
Todos já ouviram falar de vitaminas, pois são nutrientes essenciais para a vida e que incluem uma grande variedade de substâncias.
Quando uma única vitamina falta total ou parcialmente na dieta, o corpo exibe sintomas clínicos de deficiência que podem levar muitas vezes a doenças graves.
As vitaminas têm duas características diferenciadas:
a) A necessidade diária de um cão por cada vitamina é expressa em miligramas ou ainda microgramas;
b) As vitaminas são substâncias orgânicas, diferente dos micronutrientes minerais como o ferro, iodo e zinco, que são essenciais.
As vitaminas são encontradas na comida e são também lipossolúveis (solúveis em gordura) ou hidrossolúveis (solúveis em água).
Os cães precisam de 13 vitaminas diferentes. Cada uma tem papéis distintos, garantir uma boa visão, crescimento adequado, uso eficiente das gorduras, preservar a pele, manter os vasos sanguíneos e tecidos nervosos.
É importante referir que quantidades excessivas de certas vitaminas (particularmente as vitaminas A e D) na dieta podem ser muito perigosas.
Embora essas vitaminas sejam úteis e necessárias em certas quantidades, podem ser prejudiciais e até tóxicas em outras.
No entanto, algumas vitaminas, inclusive a E, são bem toleradas mesmo em grandes quantidades.
Na verdade, grandes quantidades de vitamina E têm efeitos curativos e preventivos em membranas celulares. Até agora, nenhum sinal decorrente de super dosagem dessa vitamina foi reportada em cães.
Finalmente, os donos devem lembrar que o levedo de cerveja é uma fonte rica e natural de vitamina B, que pode ser de grande ajuda para melhorar a aparência da pelagem.
10. Prebióticos (FOS)
Fruto-oligossacarídeos (FOS) são um tipo de açúcar classificados como fibras fermentáveis. Esses açúcares não digestíveis são rapidamente fermentados pela fibra bacterial no intestino.
Eles estimulam a produção de ácidos gordos voláteis (acetato, propionato e butirato), que mantêm e promovem o crescimento das células que formam o revestimento interno do intestino grosso.
Os FOS favorecem o estabelecimento de uma flora bacterial saudável (bifidobacterium e lactobacillus).
Os benefícios para o tracto digestivo são bem conhecidos:
a) Inibem o crescimento de bactérias patogénicas;
b) Estimulam o sistema imunológico.
11. Probióticos
Os probióticos são microorganismos vivos (bactérias ou leveduras) que têm um efeito benéfico para o humano ou animal que os ingerirem.
Eles estão disponíveis como medicamentos ou suplementos alimentares (leveduras), ou estão presentes em alimentos (iogurtes).
Enquanto os efeitos benéficos dos organismos probióticos na diarreia de crianças pequenas são conhecidos há bastante tempo, os seus efeitos benéficos na saúde humana e animal foram demonstrados apenas recentemente. Os mecanismos desses efeitos ainda não foram totalmente explicados.
Os organismos probióticos parecem agir de três formas:
a) Efeito barreira: permitem que um equilíbrio mais favorável seja estabelecido entre os diferentes organismos presentes na microflora intestinal (eles "sufocam" os organismos patogénicos graças ao seu número superior);
b) Melhor digestão: por meio de ação enzimática, eles facilitam a digestão de certos nutrientes que resistem à ação de sucos digestivos;
c) Estimulam as defesas imunológicas do hospedeiro.
Organismos probióticos não colonizam o tracto digestivo dos hospedeiros, logo para serem eficientes devem ser consumidos frequentemente e em doses suficientes.
Pesquisas recentes mostraram que uma forma eficiente e prática de fazer os cães consumirem organismos probióticos é acrescentá-los à ração seca.
Uma vez ingeridos, eles melhoram a saúde do cão e aumentam sua expectativa de vida.
Fonte: Enciclopédia Aniwa e traduzido para Português de Portugal e reformulado por Drª Ana Teresa Simões